Eu amo o Natal, assim, de paixãoooooo. Paixão mesmo. Fico toda emocionada, coloco pisca-pisca por todos os lados, parece que ainda sou criança. Desde criança, é com certeza o dia que eu mais gosto do ano todo. Eu morei muitos anos nos Estados Unidos e cresci lá, então pude experimentar essa comemoração de um jeito muito especial. Nunca fomos ricos ou tivemos muito dinheiro, mas não era sobre dinheiro e presentes — era sobre o espírito da estação. Naquela época nossa tradição era sair de noite para ver todas as casas decoradas — tinha até o casa do Papai Noel, tirando foto com as crianças (eu garanti a minha) 🙂 Não somos de fazer refeições pesadas à noite, então ao invés da ceia à meia-noite (acho super estranho e inconveniente), fazemos um almoço especial no dia de Natal. O dia de Natal em si eu passava brincando com os presentes, brincando na neve e assistindo filmes natalinos. As luzes, os enfeites, a comida, e sim, até o Papai Noel, tudo era muito mágico. Hoje em dia no Brasil temos os enfeites importados que não tem nada a ver com a nossa cultura ou realidade tropical — renas, bonecos de neve, até o bom velhinho que distribui presentes — foram trazidos da Europa para o Pindorama pelos colonizadores e já fazem parte do coletivo, e posso falar? Seria muito sem graça passar esse dia sem tudo isso.
O Natal que comemoramos hoje é uma mistura da celebração do nascimento de Jesus com yule, uma festividade germânica que acontece no solstício do inverno. Os romanos celebravam a saturnália (que na verdade era mais um carnaval do que “natal”) e o nascimento do deus-sol Mitra na mesma época. A razão disso é porque na Europa, onde essas festividades originaram, é inverno, os dias são curtos e escuros, e entre os dias 21/22 acontece o dia mais curto do ano, o solstício, sinalizando que daí para frente os dias seriam mais longos, ou seja, o sol renasceria. Isso na época onde a única luz dentro de casa era o fogo. A árvore de Natal sempre é uma espécie de árvore evergreen — sempre verde — coníferas que não mudam de cor com a escassa luz solar do inverno. Os nórdicos traziam uma árvore para dentro de casa para simbolizar a vida que não acaba. Hoje temos eletricidade e luzinhas pisca-pisca (amooooo), mas séculos atrás eram velas e lanternas que traziam luz para o interior das casas. E o Papai Noel, ou Santa Claus? Originalmente conhecido como Sinter Klaas, ou St Nick, santo Nicolau, ele foi na verdade um monge que viveu na Turquia 200 anos depois de Cristo, que distribuiu toda a sua riqueza e dedicou sua vida para ajudar os pobres e enfermos. Bem diferente do velhinho que mora no pólo Norte produzindo brinquedos com a ajuda de elfos sapecas. E sua roupa não era vermelha — isso é graças a uma brilhante jogada de marketing da Coca-Cola, de vestí-lo com as cores da marca. Renas são animais que vivem em lugares mais frios, muitas vezes usadas para transportar cargas (coitadas!), por isso o Papai Noel tem várias (cada uma tem um nome!) — mas se o verdadeiro São Nicolau tinha, desconheço.
A história do Natal moderno é complicada, e na maior parte das vezes já perdemos de vista o significado real de tudo. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro — Ele nasceu mais perto da páscoa — mas graças à igreja católica medieval que queria agradar pagãos e cristãos, celebramos Seu nascimento no dia do deus-sol Mitra. Jesus nasceu para nos trazer a salvação, e é por isso que ainda celebramos o Seu nascimento, mesmo que no dia errado, e muitas vezes, até da maneira errada. O sentido do Natal não é a comilança e o consumo desenfreado. O sentido do Natal é refletir sobre o ano que passou, e principalmente, agradecer o maior presente de todos — a salvação. Ao invés do deus-sol, nascia para nós a Luz da Vida.
Aqui em casa temos alguns rituais de Natal — fazemos uma refeição especial que só comemos neste dia, trocamos presentes, lógico, espalhamos alguns enfeites pela casa, e louvamos a Deus pelo presente de Seu Filho vir à terra. Aliás, ao escrever este post, já estou escutando músicas natalinas.
E como fiz este blog para compartilhar coisas que amo, vou compartilhar várias coisas que fazem parte do nosso ritual de Natal: presentes feitos à mão, enfeites fáceis de fazer, cheirinhos aconchegantes, e sim, nosso famoso tofu natalino.
Também vou falar do primeiro lançamento da Kosmika, cuja estreia não poderia ser numa data melhor. Faça parte da nossa Constelação para não perder nada disso!
E você, quais rituais tem para esta data mágica? Conte para nós nos comentários abaixo!